APLICABILIDADE DAS TRÊS FASES IMPORTANTES DA “NEONATOLOGIA”
Hoje pensei em fazer uma postagem diferente, queria mostrar para vocês a aplicabilidade e importância de cada uma das três fases (pré-parto, parto e pós-parto) na rotina de um haras ou propriedade que possui nascimentos.
As fotos que usei nas últimas semanas não foram aleatórias, elas são um pequeno resumo da vida deste potrinho. A égua aparece na primeira foto das postagens a fase I – pré-parto, esta égua se enquadrava em todos os pré-requisitos de uma égua que poderia ter dificuldade na parição e no pós-parto (égua idosa, com síndrome do harpejamento, locomoção reduzida no último mês gestacional, ausência de sinais de lactação mesmo com a proximidade do parto – alerta total.).
Pois bem, na fase II – parto, ela não teve contração uterina adequada para completar todas as fases do parto, e desta forma necessitou da nossa intervenção. Nosso potrinho veio ao mundo através de uma pequena ajudinha, assim que retiramos a placenta que cobria o nariz dele e desobstruímos as vias aéreas, entramos na fase de observação e providencias que precisavam ser tomadas. Ele levou cerca de 3 horas para ficar em pé e após levantar, observamos que seu reflexo de sucção era anormal (sinal vermelho). Devo ressaltar que os potros nascem com uma reserva de glicose e em pouco tempo caso não mamem se tornam hipoglicêmicos, o que agrava o quadro, debilitando e reduzindo ainda mais o reflexo de sucção. Assim que literalmente o carregamos para a baia maternidade, sua mamadeira com 500 ml de colostro já havia sido descongelada e estava pronta para ser fornecida (aqui entra a importância de capacitar a equipe), ele não perdeu tempo e assim que a tomou deitou para o seu “sono regenerador”. Enquanto isso sua mãe enfrentava seu terceiro desafio, ela teve um prolapso uterino. O processo foi revertido com sucesso porém o quadro de dor instalado em éguas paridas sempre é algo a ser levado com seriedade, nesta fase já estávamos nos preparando para suprir as necessidades dele com leite pelo menos nas primeiras 24 horas (leite armazenado no nosso banco).
Saber a individualidade de cada égua prenha, o histórico de gestação anteriores, sinais clínicos, comportamentos diferentes na gestação atual e determinar os padrões que você considera “normais” são indispensáveis para termos um bom resultado.
Tatiana Figueiredo Paiva
Medica Veterinária – Haras Fábio José
CRMV – SE 0924